Claudinho Serra é preso novamente entre alvos na 4.ª fase da Operação Tromper

Ex-vereador foi conduzido na manhã desta quinta-feira (05), cerca de um ano e dois meses após sua primeira prisão no caso
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Listados entre os três alvos dos mandados de prisão cumpridos ontem (05) na 4.ª fase da Operação Tromper, Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o ex-vereador por Campo Grande conhecido como “Claudinho Serra”, voltou a ser conduzido por suposto envolvimento no esquema de corrupção e fraudes em licitações investigado pelo Ministério Público no município de Sidrolândia.

Pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, o Ministério Público Estadual cumpriu outros 29 mandados de busca e apreensão, além dos três mandados de prisão na quinta-feira (05), com apoio dos grupos Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

Sendo esse o quarto desdobramento da ação para combater o esquema de corrupção em Sidrolândia, que conforme MPMS se “manteve ativa mesmo após a deflagração das operações anteriores e a aplicação de medidas cautelares”, Claudinho Serra já havia sido preso na 3.ª fase da Operação Tromper.

As investigações, conforme o Ministério Público em nota, confirmam que altas quantias de propina foram pagas a agentes públicos para que o esquema criminoso conseguisse fraudar licitações e contratos administrativos com a Prefeitura de Sidrolândia, o que incluía acordos “milionários com empresas atuantes no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica”.

Para MP, vereador da Capital chefiava esquema de corrupção em Sidrolândia

Agora, o Ministério Público confirma que o ex-vereador Claudinho Serra foi preso na manhã de quinta-feira (05) pelo suposto envolvimento no esquema, cerca de um ano e dois meses após sua primeira prisão no caso.

Relembre

Formado em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Claudinho foi presidente do Diretório Acadêmico Clóvis Beviláqua e logo depois presidente da Comissão de Acadêmicos e Estagiários da OAB, até ser convidado em 2016, pelo então governador Reinaldo Azambuja, para ser um dos coordenadores de campanha dos candidatos do PSDB nos municípios.

Após atuar em assuntos políticos de Campo Grande, diretamente com o secretário de Articulação Política, Sérgio de Paula, e também com o então secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, Claudinho foi diretor-presidente da Fundação Municipal de Esportes (Funesp) até dezembro de 2021, quando depois disso chegou a assumir a secretaria municipal de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia.

Passado o pleito de 2020, o à época suplente, Claudinho Serra, só tomou posse cerca de três anos depois, em 23 de maio do ano passado, quando assumiu a vaga de João Rocha (PSDB), parlamentar esse que se licenciou para assumir como secretário municipal de Governo e Relações Institucionais.

Genro da ex-prefeita Vanda Cristina Camilo – eleita para o período 2021/2024 e derrotada no último pleito por Rodrigo Basso -, Claudinho foi reconduzido a vereador quando o então parlamentar Ademir Santana renunciou ao cargo, apenas em março de 2024, ficando pouco mais de um mês na Casa de Leis antes que o escândalo explodisse.

Conforme o Ministério Público à época da prisão, Claudinho foi inicialmente preso sob acusação de ser o chefe esquema duradouro de corrupção na Prefeitura de Sidrolândia

Tromper: 1ª fase

Em maio de 2023 foi deflagrada a Operação Tromper, com busca e apreensão em casas de servidores municipais de Sidrolândia tendo como alvo grupo criminoso que participava de esquema de corrupção e fraudes em licitações.

Ao todo, 16 mandados foram cumpridos na ação sendo que, segundo apurou a investigação, o esquema de corrupção funcionava, pelo menos, desde 2017, voltado para obter vantagens ilícitas.

Essas vantagens vinham por meio da prática de crimes de peculato, falsidade ideológica, fraude às licitações, associação criminosa e sonegação fiscal.

Após a divulgação da Operação contra os servidores, a atual prefeita, Vanda Camilo, publicou uma nota dizendo que estava acompanhando o desdobramento da operação e que seu dever é “zelar pela integridade”, “transparência e legalidade de todas as ações realizadas em sua gestão”.

Operação Tromper: 2ª fase

Em julho de 2023, no segundo desdobramento da Operação, o MPE cumpriu quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão, realizada por meio da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público de Sidrolândia, do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC) e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO).

Foram detidos dois empresários e dois servidores municipais. Um dos servidores é Tiago Basso da Silva, ex-chefe do setor de execução e fiscalização de contratos do município, e outro o comissionado César Bertoldo, que atua na área de licitação da prefeitura.

Os empresários investigados foram Uevertom da Silva Macedo, candidato do Partido Social Democrático (PSD) na última eleição, e Roberto da Conceição Valençuela, dono da R&C Comércio e Serviços.

Operação Tromper: 3ª fase

Quase um ano depois da primeira fase, em abril de 2024, os agentes do GECOC e do GAECO cumpriram oito mandados de prisão – sendo um dos alvos o vereador Claudinho Serra (PSDB), genro da atual prefeita de Sidrolândia – e 28 de busca e apreensão, em 3ª fase de operação que apura corrupção envolvendo o executivo municipal de Sidrolândia durante a manhã desta quarta-feira (03).

A imprensa, fontes repassaram que ao menos sete policiais compareceram à residência do vereador Claudinho Serra, que fica localizada no residencial de luxo Damha III em Campo Grande.

Também, o Ministério Público apontou que os contratos identificados e objetos da investigação alcançavam o montante aproximado de R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais à época)

Ainda em outubro de 2024, Claudinho seguia como vereador na Câmara Municipal de Campo Grande, do qual não compareceu desde abril, usando constantes atestados médicos de 30 dias para se afastar do cargo após a polêmica.

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