A Penitenciária Federal de Campo Grande, junto com a de Porto Velho (RO) são as que abrigam mais presos entre os cinco presídios federais do País, com 130 custodiados cada. No total, são 549 presos no sistema federal, que abrigam nomes considerados da alta hierarquia das facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV).
As estatísticas fazem parte de um levantamento obtido via Lei de Acesso à Informação (LAI) junto ao Ministério da Justiça pela organização sem fins lucrativos Fiquem Sabendo, especializada em transparência pública.
Além dos custodiados em Campo Grande e Porto Velhos, que somam 260, também há 125 presos em Catanduvas (PR), 88 em Mossoró (RN) e 76 em Brasília (DF).
O principal nome preso atualmente em Campo Grande é Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, pai do rapper Oruam e uma das lideranças do Comando Vermelho.
Também está custodiado na Capital de Mato Grosso do Sul o autor da facada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, Adélio Bispo, que está no local por não haver vagas em hospitais de tratamento psiquiátrico.
Os dados apontam também que Mato Grosso do Sul é o quinto estado que mais envia presos ao sistema federal, com 40 presos em todo o Brasil naturais do Estado.
Entre eles está Jamil Name Filho, o Jamilzinho, que está preso na Penitenciária Federal de Mossoró (RN), com cinco condenações, que juntas somam 69 anos.
Estatísticas
Do total de presos na Penitenciária Federal de Campo Grande, há sete provisórios sem condenação, enquanto os demais já foram sentenciados por diversos crimes.
Dentre os condenados, são 103 pela Justiça Estadual e 18 pela Justiça Federal.
Atualmente, não há nenhum preso em regime disciplinar diferenciado e um em tratamento ambulatorial.
Com relação à idade dos presos, são:
18 a 24 anos – 1
25 a 29 anos – 4
30 a 34 – 22
35 a 45 – 60
46 a 60 – 33
61 a 70 – 2
não informado – 7
Já com relação às penas, há 12 pessoas que foram condenadas a mais de 100 de prisão. Além disso, são 12 que cumprem penas entre 8 e 15 anos; seis condenadas entre 15 a 20 anos; 11 com penas de 20 a 30 anos; 42 com sentenças entre 30 a 50 anos e 29 que cumprem penas entre 20 a 100 anos, além de dezessete que não foram informados.
Sobre os crimes, o levantamento aponta que a maioria das condenações é por tráfico de drogas, com 195 tipificações. O número de crimes é maior do que o de presos porque há pessoas que são condenadas por mais de um crime, além de alguns casos em que são condenadas pelo mesmo tipo de crime mais de uma vez.
A segunda maior tipificação criminal dos presos no presídio federal de Campo Grande é por homicídio qualificado e roubo qualificado, com 108 casos cada.