Segunda capital com mais casos de hepatite no Brasil, Campo Grande recebe campanha de prevenção

A campanha, promovida pela SESAU, visa levar informações sobre a doença que, mesmo silenciosa, gera impacto na saúde pública
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Neste mês de julho, a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (SESAU) promove uma campanha de prevenção às Hepatites Virais, visando a conscientização da doença voltado ao Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, celebrado no dia 28 de julho.

A campanha tem foco na conscientização, prevenção e testagem da doença, oferecendo serviços gratuitos à população, como testes rápidos para hepatites B e C, distribuição de preservativos e, principalmente, orientações sobre transmissão, diagnóstico e tratamento.

A ação teve início na Unidade de Saúde da Família (USF) Los Angeles, no Distrito Anhanduizinho, ao lado de Campo Grande. Para a secretária municipal de saúde, Rosana Leite, além de tudo, o objetivo da campanha é “aproximar a prevenção das pessoas”.

“Sabemos que muitas vezes o diagnóstico só acontece em estágios avançados, quando já há complicações. Por isso, estamos mobilizando nossas equipes para levar informação, testagem e cuidado a quem precisa”, afirma.

Com apoio da Fiocruz, da Coordenação de Atenção Primária (CAP) e do Serviço de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) da SESAU, a campanha também foca na proteção dos profissionais de saúde, voltada à vacinação contra hepatite B e à realização do exame de soroconversão Anti-HBs, que detecta se o organismo desenvolveu imunidade após as três doses da vacina.

Segundo dados da SESAU, foram detectados, nos últimos três anos, 1.169 dispensações de PEP (Profilaxia Pós-Exposição) na Capital, provenientes de acidentes com sangue e demais fluídos corporais. A dispensação ocorre quando é necessário um tratamento urgente para prevenir a infecção após uma situação de risco.

As ações educativas seguem até o final do mês, percorrendo diversas unidades de saúde e territórios prioritários da capital. A SESAU lembra que os testes rápidos para hepatites B e C estão disponíveis durante todo o ano, tanto nas USFs quanto nos Serviços de Assistência Especializada (SAEs).

Hepatite no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, entre 2000 e 2023, o Brasil notificou 785.571 casos confirmados de hepatites virais, sendo 289.029 casos de hepatite B e 318.916 casos de hepatite C, além dos casos de hepatites A, D e E.

Com 17,2 casos por 100 mil habitantes, Campo Grande é a segunda capital com maior taxa de hepatite A do Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde referentes a 2024.

Os números mostram que Mato Grosso do Sul registrou taxa de hepatite A inferior à de sua capital, situação observada em 20 unidades federativas. Enquanto o estado teve 6,0 casos por 100 mil habitantes, Campo Grande apresentou uma taxa 2,9 vezes maior.

Até abril deste ano, Campo Grande havia registrado 56 casos de hepatite A, número que subiu para 188 ao longo de 2025.

Em 2024, foram registrados, em Campo Grande, 159 infectados pela hepatite A. O número foi registrado em um ano após cinco anos sem registros de casos na cidade.

As infecções podem ter acontecido após o paciente ter contato com sangue contaminado, ou ter tido relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de objetos perfurocortantes, procedimentos invasivos sem o material correto e não esterilizado, ou por acidentes ocupacionais, comuns no ambiente hospitalar.

Vacinação

A vacinação contra hepatite A está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) em dose única para crianças a partir de 15 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias e pode ser encontrada em todas as 74 unidades de saúde em Campo Grande. Para pessoas acima de um ano que possuam condições especiais, como HIV, doença crônica do sangue do fígado, imunossupressão, fibrose cística e sindrome de Down, a vacina está disponível no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) em um sistema de duas doses.

 

A vacina contra a hepatite B também está disponível gratuitamente em todas as unidades da rede municipal. Embora ainda não exista vacina contra a hepatite C, o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), com índice de cura superior a 95% de forma gratuita.

A doença

A hepatite é uma inflamação no fígado que pode ter diferentes causas. Ela pode ser causada por vírus e bactérias diversos e até mesmo pelo consumo exagerado de substâncias alcoólicas, medicamentosas ou drogas.

Os tipos de hepatite estão relacionadas aos agentes causadores da inflamação, podendo ser hepatite A, B, C, medicamentosa e esteato-hepatite.

Entre os sintomas mais comuns, podemos destacar:

dor abdominal;

inchaço na barriga;

pele e olhos amarelados;

náuseas e vômitos;

urina escura;

fezes esbranquiçadas; e

perda de apetite.

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